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Tintim, o repórter globalizado, também fala mandarim? |
Pergunta do tintinófilo Ailton: Tintim era um cara que viajava muito pelo mundo, visitando vários países, mas,
quantos idiomas ele falava?
Já que não estamos falando do número de traduções das aventuras de Tintim, que já ultrapassam os
100 idiomas, levei seu questionamento para um grupo de estudos tintinólogos (mais conhecido como
Hergé Brasil) a fim de, junto com outros peritos, chegar a uma conclusão. Vejamos...
Considerando o espírito aventureiro de nosso repórter e sua disposição para se relacionar com as pessoas, imagino que ele seja poliglota... (Troglodita? 😐
Não! Poliglota!) - Carmem Toledo.
Se não me engano, no álbum O Templo do Sol, o Tintim tenta perguntar algo pra uma múmia numas 3 línguas diferentes - Nathalia Barbosa (é isso mesmo, veja a imagem à direita).
Parece-me uma falsa questão, no sentido de Hergé não lhe dar significado a não ser quando disso necessitou para efeitos dramáticos. Em numerosas ocasiões em que interage com indivíduos de outras nacionalidades Tintin não tem qualquer dificuldade de comunicação e noutras a barreira ergue-se. Não é, portanto, uma questão cristalina e de resposta unívoca. - conclui Jorge Macieira.
Mas, considerando todos os países pelos quais Tintim passou, mais especificamente aqueles nos quais ele se comunicou fluentemente com alguém, dá para ter uma ideia de quantos idiomas ele
domina? Vamos tentar.
Francês: Língua materna de Tintim, é falada pelo repórter em seu dia a dia em Bruxelas. Levando em conta que a Bélgica também tem o neerlandês (holandês ou flamenco) e o alemão (que ele chega a usar em seu primeiro álbum) como idiomas oficiais, é natural que ele também tenha certa fluência nessas línguas.
Inglês: Na aventura de "Tintim na América", o repórter consegue se comunicar sem dificuldades com norte-americanos dos mais diversos sotaques, desde os nativos até os gângsters de Chicago. É difícil acreditar que todos aqueles estadunidenses falassem francês, apesar de algumas frases serem apenas pinceladas com expressões anglofônicas. Tintim volta a interagir com falantes do idioma em sua viagem à Grã-Bretanha, no álbum "A Ilha Negra".
Espanhol: Em suas viagens pela America Latina, tanto em "O Ídolo Roubado" como em sua última aventura finalizada, "Tintim e os Tímpanos", Tintim nunca precisou de intérprete. Isso sem contar sua incursão no Peru, em "O Templo do Sol " - ou será que era Zorrino que falava muito bem o francês?
Mandarim: No álbum "O Lótus Azul", o repórter conhece a China e mantém contato com Tchang e sua futura família. Diferente dos Dupondt, que até hoje não entendem qual foi a mensagem que Tchang escreveu (na língua chinesa) para a polícia, fazendo a dupla passar por um par de loucos.
E quanto aos idiomas da Sildávia e da Bordúria? O tintinófilo Ivo Coser pontua:
Quando ele encontra dois camponeses locais ele não entende o que eles falam. Talvez a elite local falasse francês. De fato, o idioma francês é bem presente na Sildávia, o que é evidente em placas e cartazes do país criado por Hergé.
Ah, como bem lembrado por Ivo, não podemos esquecer o
elefantês, que ele fala em Charutos do Faraó.
:: TPT recomenda: clique aqui e tenha acesso a um dossiê completo (em francês) sobre os idiomas falados nas aventuras de Tintim, com referências diretas aos álbuns.