Até lá!
AS AVENTURAS DE TINTIM 2
Tudo o que sabemos sobre a possível sequência de Tintim
TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID
Confira o bate-papo com o saudoso dublador do Capitão Haddock
TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA
Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais
TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM
Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!
31 dezembro, 2009
Nos vemos em 2010!
30 dezembro, 2009
Tintim e a Alfa-Arte 48
29 dezembro, 2009
Tintim será publicado online a partir de 2010
A notícia gerou dúvidas e comentários negativos por parte dos tintinófilos, que ficaram divididos: uns acharam a ideia excelente, já que poderiam até levar as revistas consigo (no iPhone, por exemplo), outros alegaram que este era um boicote à própria publicação. Por esse motivo, foi dado um esclarecimento em nota publicada hoje: em 2010, haverá uma edição em papel da Revista Hergé (publicada no site em francês, como Revue Hergé). Por esse motivo, o próximo número da revista será enviado exclusivamente aos sócios do clube, de forma experimental. Assim, eles poderão dar sugestões e críticas à nova fórmula da revista, que poderá ser alterada segundo a opinião da maioria.
Outra notícia divulgada por meio desta nota fala sobre o lançamendo do 'Anuário Tintim' (Annuel Tintin), no velho e conhecido formato dos livros de papel. Um item de colecionador exclusivo para os membros do clube. Que inveja, não?!
Presente de férias: Jogos de Tintim III
Instruções: As setas direita/esquerda determinam a direção do personagem, a barra de espaço serve para fazê-lo pular, e a tecla M é uma espécie de mapa, que lhe dá uma ideia de onde se localiza na construção egípcia. Para acumular pontos ao passar por outros personagens, pule sobre eles - é também dessa forma você vencerá a múmia, abrindo um portal no topo da pirâmide.
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26 dezembro, 2009
Presente de férias: Jogos de Tintim II
A regra é simples: Escolha uma das figuras, selecione um nível (de 1 a 3) e arraste as peças para formar a imagem. Será que você consegue?!
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25 dezembro, 2009
Boletim Trilogia Tintim - Um Resumo

.: Por trás das câmeras
The Adventures of Tintin: The Secret of The Unicorn é o título oficial do primeiro filme da série comandada por Steven Spielberg e Peter Jackson. Spielberg assina a direção e Jackson cuida da produção. Kathleen Kennedy, que produziu longas como Os Caçadores da Arca Perdida, também está na equipe. Steven Moffat, Edgar Wright e Joe Cornish assinam o roteiro.
'O Segredo do Licorne' terá trilha sonora de John Williams, que trabalhou em temas marcantes de filmes como Star Wars, Indiana Jones e Tubarão. No elenco, nomes como Daniel Craig (Rackham, o Terrível), Andy Serkis (Capitão Haddock), Simon Pegg (Dupond), Nick Frost (Dupont), Jamie Bell (Tintim), entre outros.

.: A história
Os álbuns escolhidos para o primeiro filme de Tintim no século 21 foram O Segredo do Licorne, como o título deixa claro, e O Tesouro de Rackham, o Terrível. O Caranguejo das Tenazes de Ouro não será completamente adaptado, mas servirá para mostrar o primeiro encontro de Tintim e Haddock. As informações foram confirmadas pelo próprio Spielberg em entrevista publicada na edição especial do Le Monde, onde ele também disse que tudo se passará na Europa dos anos 1950, "sem telefone, sem televisão, sem carros modernos".
.: Sequências
Para o segundo filme, ainda não foram divulgados os álbuns que serão adaptados. Peter Jackson, que será o diretor, revelou sua preferência por As 7 Bolas de Cristal e O Templo do Sol - que particularmente são excelentes opções - mas também demonstrou interesse por A Ilha Negra e O Caso Girassol. Nada está confirmado, mas nossa dúvida deve acabar já no início do ano que vem.

.: Lançamento
'As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne' será distribuído pela Sony e Paramount. O filme chega aos cinemas mundiais em outubro de 2011, e pouco depois, em dezembro do mesmo ano, nos Estados Unidos. Essa decisão foi tomada pelo fato de o personagem não ser tão popular entre os americanos como é para o resto do mundo, como na Europa e América Latina. Pode parecer uma estratégia arriscada, mas isso não amedronta a equipe, já que eles prometem uma grande campanha de divulgação, incluindo o lançamento de um jogo pela Ubisoft.
Entre os concorrentes de Tintim em 2011 (pelo menos nos EUA), estarão as animações Happy Feet 2 (Warner), The Bear and the Bow ('O Urso e o Arco', Disney/Pixar) e o live-action Marvin, o Marciano (Warner).
.: Mais informações e curiosidades sobre a trilogia Tintim você continua conferindo aqui em 2010. Lembrando que, no finalzinho de janeiro, será revelada a primeira imagem do filme, durante um festival de quadrinhos na Europa. Até mais!
24 dezembro, 2009
Presente de férias: Jogos de Tintim I
Instruções: Use as setas esquerda/direita para mover o foguete para os lados. A seta para baixo faz o foguete ganhar força e subir. O objetivo é parar no lugar marcado pela bandeira. Como ajuda, oriente-se pelo radar que aparece na parte superior da janela. E cuidado para não deixar o combustível acabar...
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23 dezembro, 2009
17 dezembro, 2009
Tintim e a Alfa-Arte 46
Curiosidade

15 dezembro, 2009
Ator conta mais sobre seu trabalho em 'O Segredo do Licorne'

Durante seus 10 dias de filmagens, Gad Elmaleh teve a chance de trocar ideias diversas vezes com Spielberg. "Foi uma experiência incrível", diz ele, que teve a oportunidade de discutir bastante com o diretor sobre o papel do cinema, da arte, da França. "Foi inacreditável. Eu falo e ainda sinto arrepios".
Dúvida...
14 dezembro, 2009
Gad Elmaleh fala sobre seu personagem em Tintim

Como você já sabe, Gad Elmaleh interpretará o personagem Omar Ben Salaad, vilão que aparece no álbum O Caranguejo das Tenazes de Ouro. O ator conta que, apesar de seu sotaque franco-marroquino, não foi difícil atuar em inglês, e também revela um pouco sobre seu papel: "Eu moro no palácio que abriga o Licorne, [réplica do navio] que Tintin e Haddock desejam recuperar. Eu sou um verdadeiro vilão..."
10 dezembro, 2009
Blog responde: Tintim por Flamboyant e Record
A partir de 1961, a Editora Flamboyant começou a publicar os álbuns de Tintim, e fez isso até 1967 (ou 1968). Esta era a primeira vez que as aventuras do personagem podiam ser vistas na língua portuguesa, mas infelizmente a editora não tomou o cuidado de publicar as histórias em ordem cronológica.
Segue abaixo a lista dos álbuns publicados, todos em capa dura, totalizando 12 números:
A partir de 1969, a Editora Record passou a publicar os álbuns de Tintim. Foram lançados todos os livros, exceto No País dos Sovietes e Tintim e a Alfa-Arte (publicados pela primeira vez no Brasil pela Cia das Letras). Além disso, a editora lançou as versões em quadrinhos dos três filmes de Tintim: o desenho animado O Lago dos Tubarões e os live-action As Laranjas Azuis e O Mistério do Tosão de Ouro.
No total, a Record lançou As Aventuras de Tintim em quatro séries, sendo que na primeira delas (entre 1969 e 1970) foram publicados apenas seis álbuns: A Ilha Negra (versão de 1946), A Estrela Misteriosa, As 7 Bolas de Cristal, O Templo do Sol, Rumo à Lua e Explorando a Lua.
A segunda série (de 1970 a 1972) trouxe mais alguns álbuns não publicados, totalizando 16. Foram excluídos Tintim no Congo (Tintim na África), Tintim e os Tímpanos (Tintim e os Pícaros) e as adaptações dos filmes - da primeira série foram reeditadas apenas as aventuras lunares.
A terceira série (entre 1975 e 1976) foi a mais completa, pois publicou todos os álbuns de Tintim (fora 'Alfa-Arte' e 'Sovietes', claro), além das quadrinizações dos filmes. Dessa vez os álbuns vieram em formato brochura (capa mole) e a ordem cronológica foi novamente deixada de lado. E o pior: resolveram numerar os álbuns!
Veja também: Vai começar a ler Tintim? Entenda a melhor ordem
Confira abaixo a lista de álbuns publicados pela Record, conforme a ordem de lançamento da 3ª série:
Em 1978, a Record publicou mais uma série (também em brochura), mas dessa vez não relançou todas as aventuras, apenas dezessete delas. Também foram publicados dois álbuns duplos, um trazendo Tintim na América e A Estrela Misteriosa, e o outro com A Ilha Negra e O Cetro de Ottokar. No ano seguinte, foram lançados quatro volumes encadernados (clique aqui para ver), contendo todos os álbuns de Tintim publicados até então. Foi também na Record que Tintim ganhou revistas de jogos interativos e para colorir.
As informações acima são baseadas nos sites Intertintin e O Tintinófilo. Espero que a dúvida do leitor tenha acabado! Qualquer engano ou informação adicional, entre em contato...
08 dezembro, 2009
Tintim e a Alfa-Arte 45
No quadrinho D1, o termo utilizado por Haddock para xingar os bandidos na versão original (em francês) é Tonnerre de Brest. O termo, que traduzido quer dizer "trovão de Brest", se refere aos canhões utilizados para anunciar a abertura e fechamento do arsenal do Castelo de Brest. Em inglês, é utilizada a expressão thundering typhoons, ou "trovejando tufões".
Em outros álbuns de Tintim, como No País do Ouro Negro e O Segredo do Licorne (da editora Record), o insulto é traduzido também por "com mil raios" e "com mil demônios".
06 dezembro, 2009
A Evolução da Alfa-Arte - Final
Referências
Serviram como fontes de pesquisa para este especial:
- Tintin est Vivant - www.naufrageur.com
- Wikipedia - www.wikipedia.org
- Tintim e a Alfa-Arte - Cia das Letras, 2008
- Tintín CFH - www.losforos.es
- Para descubrir Tintin- www.free-tintin.net
03 dezembro, 2009
Steven Spielberg revela segredos da adaptação cinematográfica de Tintim

Spielberg leu primeiro O Caranguejo das Tenazes de Ouro e, imediatamente, ficou impressionado: "Eu não entendo francês, mas eu entendi tudo o que a história contava. Quando eu li a tradução inglesa, já compreendia o humor, o que diz muito sobre a força de sua arte! E é exatamente isso o que Peter Jackson e eu queremos homenagear com os nossos filmes sobre Tintim".
No começo de 1983, Spielberg entrou em contato com Hergé por telefone, e este, que tinha visto Indiana Jones, ficou convencido de que Spielberg seria o melhor cineasta para transferir sua obra para a telona. Mas infelizmente Hergé morreu poucas semanas depois, em 3 de março de 1983, e o projeto foi por água abaixo.
Em 2002, por meio da DreamWorks, seu estúdio, Spielberg adquiriu os direitos de todos os álbuns de Tintim. A trama do primeiro filme combina duas [?] aventuras, O Segredo do Licorne e O Caranguejo das Tenazes de Ouro. Haddock aparece pela primeira vez em 'O Caranguejo': "Peter Jackson e eu concluímos que não deveríamos apresentar o Capitão Haddock ao mundo ao mesmo tempo que Tintm".
O cineasta sabe que será cobrado pelos fãs sobre como adaptará o repórter e seu universo no filme. Além disso, uma razão para que ele desistir do projeto, no início dos anos 1980, foi o "pelo medo da caracterização dos atores". O medo também descrever "um mundo que não existe".
Nada de cortar o topete!
Encontrar atores que parecessem com Tintim não seria fácil. Mas o tempo passou e a tecnologia digital ofereceu uma nova possibilidade: os personagens podem ser uma mistura de desenhos e atores em carne e osso. Com a técnica de captura de movimentos, os atores não precisaram de cenários ou figurinos, apenas de sensores presos no corpo para registrar seus movimentos. Depois dessa parte, que já foi concluída por Spielberg, começou um trabalho que levará quase dois anos: digitalizar cada quadro e trazer para a tela a estéticaa das HQs - as características dos rostos, roupas, objetos, etc. Conforme disse o disse o diretor, em 2007, serão "pessoas reais, mas na visão de Hergé".
"Peter Jackson e eu temos a oportunidade para homenagear a arte de Hergé, seu tom, sua paleta de cores, seus personagens", afirma Spielberg. Ele nega que tenha planejado pôr fim ao famoso topete Tintim, como foi dito em certa época. E acrescenta: "A linguagem corporal é muito importante. Está fora de questão tocar [no topete de Tintim]. Nós respeitamos religiosamente a arte de Hergé".
Spielberg confessa que dirigir o filme foi uma experiências "mais divertidas" de sua vida. Mas ele afirma que não se identifica tanto com Tintim. "Eu não tenho a tenacidade dele. Não consigo me concentrar em uma coisa só, porque eu tenho uma família numerosa, e um grande estúdio para gerir. (...) Eu me sinto mais como o Milu".
02 dezembro, 2009
A Evolução da Alfa-Arte III: Entrevista Exclusiva com Yves Rodier

Nesta conversa, ele nos conta como começou a criar a mais famosa versão "completa" da Alfa-Arte, além dos desafios que enfrentou e os frutos colhidos através de seu excelente trabalho. O artista nos fala também sobre seu trabalho atual com quadrinhos (ou bande desinée), e nos dá uma prévia de sua nova obra, a ser lançada no ano que vem.
No final da entrevista, o responsável pelo pastiche Tintim e a Alfa-Arte, publicado aqui semanalmente, deixou um recado para os tintinófilos brasileiros. Confira agora este bate-papo:
Desde a minha infância, eu sempre li Tintim! Mesmo quando não sabia ler, pedia a minha mãe e aos meus irmãos mais velhos para ler os álbuns! Estes eram os álbuns dos meus irmãos.- E você já desenhava nessa época?
Comecei a desenhar com a idade de dois anos e meio! Eu tentava copiar os desenhos do meu irmão Michel.- Como reagiu à notícia da morte de Hergé, em março de 1983? Já sabia algo sobre "Tintim e a Alfa-Arte"?
Não me lembro de ter escutado tanto sobre morte de Hergé quando esta aconteceu... Eu tinha 15 anos na época e estava em um período bastante musical, tinha uma banda de rock e tocávamos músicas dos Beatles. Eu soube da existência da Alfa-Arte pouco tempo antes do lançamento do livro reunindo os esboços de Hergé, em outubro ou novembro de 1986.- Você chegou a conhecer outras versões "completas" de Tintim e a Alfa-Arte? O que achou delas?
Sim, eu comprei a versão "Ramo Nash" em 1989! Além disso, quando soube da existência deste álbum, eu pensei: "Bem, eu não vou precisar terminar o meu, alguém já fez isso..." Mas quando vi os desenhos deste álbum, fiquei um pouco decepcionado, e voltei ao trabalho, sabendo que a minha versão seria melhor.- Por que decidiu fazer sua própria versão do álbum? Enfrentou algum desafio, achava que realmente conseguiria "completá-lo"?

Quando eu ouvi dizer que o álbum "Tintim e a Alfa-Arte" seria publicado em 1986, sabendo que Hergé estava morto, pensei que seria completado por Bob de Moor, o assistente nº 1 de Hergé. Mas quando soube que esta seria uma coleção de desenhos de Hergé, além da transcrição de seu roteiro, eu disse: "Vamos lá! Eu mesmo vou terminá-lo! Alguns meses de trabalho e esta será uma boa escola para mim, para aprender o ofício de autor de histórias em quadrinhos." Eu não sabia o tanto de trabalho que isso representava, e o desafio que tinha colocado em meus ombros! Levei 5 anos para completar o trabalho!... Mas foi uma grande escola!- Você ainda era muito jovem quando começou sua adaptação. Lembra exatamente quando começou e quando finalizou o pastiche?
Sim, eu tinha 19 anos quando comecei, em dezembro de 86 ou janeiro de 87, não me lembro muito bem. Terminei no final de maio de 91.- Acha que conseguiu ser fiel ao estilo de Hergé? Baseou-se apenas nos esboços originais (publicados pela Casterman em 1986) ou utilizou outros álbuns de Hergé como base para os desenhos?
Eu tentei permanecer bem fiel ao estilo de Hergé, mas o estilo variou muito durante os 50 anos que Hergé deu vida a Tintin. Então eu peguei como modelo os últimos 5 ou 6 álbuns, onde o estilo é mais ou menos consistente (de "O Caso Girassol" a "Tintim e os Tímpanos", incluindo também a nova versão de "A Ilha Negra"), pois além de ter de aprender a desenhar exatamente como Hergé, eu também tinha que tentar compreender como Hergé contava uma história, para escrever o final do álbum em grande estilo!- Houve uma tentativa de publicar o álbum como oficial, mas a Sociedade Moulinsart foi contra. O que realmente aconteceu?
- Falando nisso, você está acompanhando o caso Moulinsart x Bob Garcia? Na sua opinião, quem está com a razão?Quando terminei o álbum, em 1991, primeiro apresentei para Bob de Moor [foto], que estava de passagem em Montreal para um Festival de HQ. Ele ficou muito impressionado, principalmente pela minha persistência, e apoiou meu pedido à Fundação Hergé (Moulinsart ainda não existia), para redesenhar o álbum, mais profissionalmente, com o Bob, mas sempre como "Homenagem a Hergé". Quando a Fundação recusou, porque poderia haver, segundo eles, uma confusão nas mentes dos leitores que poderiam crer que a série Tintim continuaria com novos desenhistas e escritores se o resultado parecesse "profissional" demais, então me propus a publicar minha versão do jeito que estava. Eles também recusaram, dizendo que Hergé foi claro em suas exigências, de que ninguém deveria continuar a dar vida a Tintim depois de sua morte, de maneira alguma. Eu respeito a decisão deles, e creio que me respeitam agora, porque sempre fui honesto com eles.
Não, não estou tão familiarizado com este caso. Mas estou contente se isso significar que os fãs de Tintim poderão ganhar mais liberdade para criar homenagens e obras de arte ou literatura em torno de seu herói, e se isso também significar que a Moulinsart terá que parar de monopolizar o personagem, e deixar que outras pessoas criem trabalhos sobre Tintim, sem lhes cobrar taxas absurdas para utilizar imagens com direitos autorais. Tintim é um herói de quadrinhos, não uma marca, ou uma máquina de dinheiro, como Moulinsart o tem feito ser.- Sua versão da Alfa-Arte lhe abriu muitas portas, como a oportunidade de conhecer nomes como Bob de Moor e Greg. Dentre as realizações alcançadas em razão de sua obra, qual foi a mais significativa para você?
Eu diria que ver meu trabalho apreciado e reconhecido por pessoas tão importantes para mim como Bob de Moor e Greg me deu a coragem de seguir este caminho e tentar me tornar um desenhista de HQs de verdade, legítimo, e não apenas um "pasticheiro de Tintim". O que eu creio agora estar a ponto de se cumprir, com a minha série "Simon Nian", publicado pela Glénat, e minha futura série "El Spectro", o justiceiro lutador mexicano, a ser publicada pelas Editions du Lombard, em Junho de 2010!

- Por fim, quero lhe agradecer pela gentileza de conceder parte de seu tempo para esta entrevista. Agora, por favor, deixe uma mensagem para os tintinófilos brasileiros...Talvez, mas uma coisa é certa, ter concluído o Alfa-Arte atraiu muita atenção para mim, e me abriu muitas portas. Ainda hoje, quando dou autógrafos em Festivais de HQs, eu diria que 1/4 das dedicatórias que faço são das coisas de Tintim que eu desenhei há quase 20 anos!
Estou contente em saber que Tintim, um herói com bons valores tradicionais, tais como a justiça, a honestidade, a bondade, sempre foi tão bem sucedido, em todo o Mundo, na América do Sul, e em particular no Brasil! Obrigado mantê-lo em seu coração! Viva Tintim!!! Viva Hergé!!!
01 dezembro, 2009
Tintim e a Alfa-Arte 44
Conforme explicado na primeira parte do especial A Evolução da Alfa-Arte, o último quadrinho desenhado por Hergé está presente na página 42. É este que você vê na figura abaixo, onde Tintim é conduzido para a morte. Dessa forma, a partir desta página (aliás, desde meados da página 43), a história é contada sobre o ponto de vista de Yves Rodier, que concluiu a versão do álbum que você lê semanalmente aqui.
Sociedade Moulinsart x Bob Garcia: dois lados de uma guerra

Tudo começou depois que Garcia publicou cinco livros (em francês) sobre a obra de Hergé, sendo eles: Julio Verne e Hergé, de um mito ao outro; Tintim em Baker Street; Tintim no País do Polar; Biblioteca Imaginária de Hergé e Hergé e a 7ª Arte - todos os títulos em livre tradução. Quanto à publicação dos estudos, tudo bem. Mas há muito mais envolvido... Conheça agora cada lado dessa triste história, um embate entre a luta pela liberdade de expressão e os interesses comerciais de uma superpotência empresarial.
Moulinsart se pronuncia
Em comunicado divulgado em seu site oficial, intitulado "Bob Garcia: parasitismo econômico, falsificação e citação gráfica no centro das discussões", a Moulinsart acusa o autor de reproduzir, sem sua permissão, 'elementos e trechos da obra de Hergé, às vezes em grandes números'. Bob Garcia e a editora Promocom teriam feito isso por acreditar que aquelas cópias estavam 'dentro da exceção de citações curtas' (baseada na Convenção de Berna, 1974 - ratificada pela França) e, dessa forma, poderiam ser dispensadas de um pedido de autorização. A Moulinsart levou o caso à justiça francesa e, em 22 de maio de 2008, o Tribunal de Nanterre decidiu que "as reproduções de imagens tiradas do trabalho de Hergé poderiam se beneficiar da exceção de citações curtas".
Alegando que a legislação não fora estabelecida naquela área, a Moulinsart voltou aos tribunais no início de 2009. No dia 17 de setembro, o Tribunal de Versailles reverteu a decisão de primeira instância, concordando que, mesmo a reprodução de um quadrinho, ou tirinha, acompanhado de texto como citação, poderia ser considerada como a reprodução de uma obra de arte em sua totalidade - em outras palavras, uma falsificação. O Tribunal decretou que o título de "Tintin à Baker Street" e "Tintin au Pays du Polar" são falsificações de títulos da série de álbuns de Tintim, bem como as capas de todos cinco livros são versões falsas da obra de Hergé.

Bob Garcia se defende
Bob Garcia criou um blog onde fala sobre a ação judicial movida contra ele. Garcia conta que a Moulinsart tem atribuído a criação da série Les Aventuras de Saint-Tin et son ami Lou - paródia das Aventuras de Tintim e Milu - a ele, quando na realidade é de autoria de Gordon Zola, outro que tem sofrido pressão por parte da empresa.
Em resposta ao comunicado da Moulinsart, o escritor começa dizendo que foi vítima de mentiras e hipocrisia. Ele alega que o tribunal não aceitou as acusações de parasitismo e falsificação, visto que, na conclusão do caso, as únicas acusações que sofreu foram de "violação do direito moral do autor" e "violação dos direitos autorais". Garcia admite que publicou cinco pequenos estudos sobre Tintim, mas seu objetivo era "levar Tintim ao público jovem". Além disso, apenas dois dos livros traziam imagens não permitidas, sendo que a Moulinsart solicitou a remoção das figuras de um livro que não continha nenhuma.
Ao contrário do que disse a Moulinsart, Garcia afirma que não tinha interesse em lucrar sobre a imagem de Hergé, tanto que, segundo comunicado da romocom, eles não ganharam nenhum centavo com a distribuição dos volumes. Como membro da associação Amigos de Hergé, Garcia publica seus livros e artigos apenas de forma colaborativa, sem lucrar nada, e a Moulinsart sabe disso. Mesmo assim, Nick Rodwell resolveu entrar um recurso contra a editora e o autor, e Garcia foi condenado a pagar mais de 48 mil euros (cerca de 120 mil reais) por violação de direitos autorais.
O processo ainda gerou mais danos. A editora Promocon agora está à beira da falência, e Bob Garcia passa por uma triste situação financeira que, segundo ele, a Moulinsart "conhece muito bem". O escritor propôs, através de seu advogado, a prorrogação do prazo de pagamento. Em resposta, Rodwell disse através da imprensa que buscava uma solução "humana" a este "incidente lamentável", mas no mesmo dia exigiu a apreensão dos bens do autor, incluindo sua casa.
A Repercussão
Sites especializados em Tintim e jornais do mundo todo noticiaram a disputa entre Rodwell e Garcia. Alguns fãs de Tintim, em solidariedade ao escritor, chegaram até a cogitar um boicote aos produtos relacionados com Hergé, incluindo o filme que chega aos cinemas em 2011. Tudo isso em protesto contra a atitude da Moulinsart, que através de seu administrador, Nick Rodwell, vai de encontro com a liberdade de expressão. É bom ter cuidado, porque essa redoma criada ao redor de Tintim pode acabar por sufocá-lo, tornando o personagem esquecido.
28 novembro, 2009
A Evolução da Alfa-Arte II
Ramo Nash
Em 1988, um artista sob o pseudônimo Ramo Nash publicou sua própria versão de Tintim e a Alfa-Arte. Esta foi a primeira vez que alguém decidiu "completar" o álbum, e isso poucas semanas após a publicação dos esboços originais pela Casterman. O álbum foi colocado à venda e, em algumas semanas, a versão básica se tornou um objeto raro de se encontrar. Uma edição de "luxo", numerada de 1 a 150, foi reservada para alguns privilegiados. Apesar de trazer papel de alta qualidade e capa em cores vivas, o conteúdo do livro não agradou. Além de gráficos mal feitos, a história decepcionou no quesito originalidade.
Yves Rodier
Em 1991, o desenhista Yves Rodier concluiu sua própria versão do álbum, depois de cinco anos de trabalho. Ele começou ainda jovem, aos 19 anos, mas procurou ser o mais fiel possível ao estilo de Hergé. Na imagem abaixo você confere a arte da primeira capa (e contra-capa) oficial, presentes em 9 exemplares do álbum, de 1992 - o artista substituiu o lema "Hommage" (Homenagem) por "Héritage" (Herança). Diversas edições do pastiche de Rodier foram publicadas, em preto e branco. O trabalho daquele jovem canadense agradou tanto que ele foi aprovado pelos amigos e colaboradores de Hergé, Edgard P. Jacobs e Bob de Moor. Pouco antes de sua morte, De Moor ainda tentou fazer desta versão parte do cânon oficial de Tintim, e publicar o álbum como "Homenagem a Hergé". Seu desejo era ajustar o pastiche de Rodier, contando com a ajuda de Greg no aprimporamento do roteiro. Mas a ideia não foi aprovada pelos detentores dos direitos autorais de Hergé.

Há alguns anos, a versão de Yves Rodier foi colorida e traduzida para diversos idiomas, como inglês, francês e espanhol. Este é o mesmo álbum que o blog publica semanalmente, trazendo pela primeira vez para o Brasil uma versão recolorida e traduzida para a nossa língua. A nossa adaptação do álbum é feita com base nas versões em inglês e francês, disponíveis na internet. Apesar de ser uma das melhores versões da Alfa-Arte, pra não dizer a melhor, nunca vamos ter certeza se é assim que Hergé queria que a história fosse, ou se ao menos ele aprovaria a adaptação.
ENSBA
Esta terceira versão é, certamente, a mais rara. Produzida entre 1988 e 1989 por estudantes de Belas Artes de Paris, é a mais avançada graficamente, e só está disponível em CD-ROM. As páginas foram feitas em pranchas de 30 x 25 e digitalizados a 360 dpi em escala de cinza. Os artistas envolvidos nesta versão decidiram não tentar terminar a história, mas finalizá-la no mesmo ponto onde Hergé parou, na cena em que Tintim é levado para a morte. Esta versão toma o cuidado de explicar que foi produzida por simples prazer, e não com o objetivo de ser mais uma publicação clandestina.
Uma nova edição oficial
Uma das novidades da edição de 2004 foi a inclusão de nove páginas, apresentando ideias alternativas para a história. As mais significativas são as seguintes:
.: Uma mudança de estilo de vida para o Capitão Haddock. Apaixonado pela obra de Ramo Nash, ele muda seu estilo de vestir, transforma sua casa, planta maconha e estoca haxixe nos porões de Moulinsart. Tintim e Haddock são presos, sob acusação de tráfico de drogas, e uma investigação é iniciada em Amsterdã.
.: Pintura e narcóticos: Uma grande festa é realizada na embaixada de Sondenésia, com a presença de embaixadores de diversos países, incluindo San Teodoro, Bordúria e Syldavia. O Dr. Krollspell (veja Voo 714 para Sidney) faz uma aparição, como diretor de uma fábrica de açúcar mascavo. .: O Capitão Haddock sofre de neurastenia, pois já não pode beber uísque. Nesse meio tempo, ele se apaixona pela obra de Ramo Nash. O Prof. Girassol inventa um produto que supostamente permitirá que Haddock volte a beber. Mas quando o remédio é testado, faz o Capitão perder todo o seu cabelo e ganhar manchas no rosto.
.: A possível verdadeira identidade de Endaddine Akass é revelada: Rastapopoulos. Não é algo confirmado, mas especula-se que Hergé realmente queria usar esta ideia.
.: Outra revelação presente nas páginas descobertas é que Endaddine está envolvido com o Emir Ben Kalish Ezab, o que também não fica muito claro.
.: Uma das páginas alternativas traz a imagem de Rastapopoulos - que apareceria entre as páginas 39 e 40. .: Haddock é convidado para uma exposição de Ramo Nash. Uma série de velhos conhecidos participa, como Dawson (O Lótus Azul), os irmãos Pardal (O Segredo do Licorne) e Carreidas (Voo 714 para Sidney).
.: Uma das páginas mostra uma anotação de Hergé, na verdade uma dúvida, que poderia levar a história um feliz desfecho: 'Tintim só será salvo graças a... Milu? Haddock? Ao professor? A...?' - infelizmente ficamos sem a resposta...
Outras versões
Além das versões listadas acima, existem várias outras, algumas produzidas por fãs, outras por aproveitadores. Algumas delas chegaram a ser publicadas, e entre as mais populares podemos citar os pastiches de Hémo (um dos mais procurados - e caros - em feiras de quadrinhos europeias) e Régric (pseudônimo de Fréderic Legrain), de 1995. Assim como aconteceu com Yves Rodier, o trabalho de Régric agradou aos antigos colaboradores de Hergé, como Bob de Moor.
Veja abaixo algumas versões de Tintim e a Alfa-Arte através de uma vinheta presente na página 3 do álbum e compare com original de Hergé. Apesar de o estilo do criador ser mantido, é visível a diferença no traço de cada artista.
Até um rascunho do mestre supera as cópias finalizadas...
O artista anônimo decepcionou bastante em sua versão "improvisada" da Alfa-Arte.
Esta é a nossa versão, sobre o desenho de Rodier. Publicada aqui semanalmente.
E tem mais...
Na próxima parte do nosso especial, você confere uma entrevista exclusiva que o desenhista Yves Rodier concedeu ao blog. Fique ligado, pois a terceira parte vem mais cedo: é nesta quarta, no único blog brasileiro dedicado à obra de Hergé!
Peter Jackson: 'O filme será o mais fiel à obra de Herge'

Jackson voltou a contar os motivos de, junto com Spielberg, ter escolhido a técnica de captura de movimentos (utilizada mais recentemente em Os Fantasmas de Scrooge, de Robert Zemeckis) para levar Tintim às telonas. Nessa técnica, o computador registra os movimentos dos atores e formam uma espécie de esqueleto do personagem, que depois é "vestido" em computação gráfica. É por isso que o filme levará tanto tempo para ficar pronto, já que a pós-produção envolve muito trabalho.
"Nosso filme sobre Tintin será o mais fiel à obra de Hergé"
Empolgado, Peter Jackson explicou: "A única alternativa possível para mim era um filme live-action [com atores reais em cena]. Mas eu percebi que, ver os atores interpretando Tintin e o Capitão Haddock, isso produziu uma impressão estranha, pouco convincente. Mas, com o 'motion capture', nós podemos desenvolver a nossa ideia: pegar os desenhos de Hergé e transportá-los a um mundo em três dimensões, mantendo a estética dos álbuns... É como se suas pranchas originais viéssem à vida! Cada rosto, cada elemento de decoração, cada carro, cada edifício é extraído de suas páginas de quadrinhos. É realmente muito fiel à sua arte!"
Jackson responde também como Tintim, cuja fama é considerada mais regional do que internacional, conseguiu atrair os famosos diretores de Hollywood. "É muito simples: quando eu era criança e lia esses álbuns, eu queria ser Tintin!" exclama. "Ele viveu todas as aventuras que eu poderia sonhar! E na fase adulta, esse sentimento nunca acabou! Isto que é incrível com Tintin: ainda hoje, quando leio um álbum, eu me sinto mal com ele, assim como quando eu tinha oito anos... Essa é realmente uma das peculiaridades da fascinante arte de Hergé!"

'As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne' tem estreia marcada para outubro de 2011. Não deixe de acompanhar todas as informações sobre o longa aqui, no único blog brasileiro dedicado à obra de Hergé.
27 novembro, 2009
'Tintim está pronto', diz Peter Jackson

Apesar de estar 'pronto', o filme ainda vai levar quase dois anos em processo de pós-produção, pois o que Jackson tem em mãos é apenas a matéria-prima. Ou seja, as cenas gravadas em motion-capture já foram devidamente montadas, editadas - só falta passar pelo processo de renderização, que consiste em transformar uma captação de imagem em um frame do filme, um dos processos mais demorados de uma produção cinematográfica. Enquanto isso acontece, Jackson trabalha também na adaptação de "O Hobbit", que está em fase de pré-produção. O diretor e sua equipe atualmente procuram locações na Nova Zelândia, onde ocorrerão as filmagens.
Lembrando que a primeira imagem de Tintim será exibida em janeiro de 2010, num festival de quadrinhos na França.
24 novembro, 2009
Você pergunta, o blog responde!
Para começar, trago aqui as respostas à leitora Luciana, que está fazendo um trabalho sobre o álbum O Tesouro de Rackham, o Terrível. Ela perguntou se (1) o ator Gad Elmaleh fará o papel do vilão Rastapopoulos e (2) em que ano se passou a história, para poder saber o que estava acontecendo no mundo real e se o autor utilizou algum fato histórico para elaborar o roteiro.
Bom, respondendo às perguntas:

Além disso, os álbuns que estão sendo adaptados para o cinema, segundo divulgado, são O Caranguejo das Tenazes de Ouro (de onde provavelmente será retirada uma única cena, a do primeiro encontro entre Tintim e Haddock) e O Segredo do Licorne. Apesar dessa informação, eu creio que é bem provável que 'O Tesouro de Rackham' esteja no longa, já que outros títulos estão sendo especulados para o segundo filme da trilogia - como As 7 Bolas de Cristal e O Templo do Sol). Sem contar que a história do primeiro filme ficaria bem mais concreta se apresentasse início, meio e fim...

É bem provável que o personagem Rackham, o Terrivel, inimigo nº 1 do Cavaleiro de Hadoque, tenha sido baseado no pirata inglês John "Calico Jack" Rackham, que realmente existiu, no século XVIII.
Outra curiosidade relevante é que a história se passa por volta de 1942, época da ocupação nazista na Bélgica. Tintim e Haddock embarcam no navio "Sirius" rumo a uma ilha deseconhecida, supostamente localizada no Caribe, ao norte da República Dominicana (chega-se a essa conclusão levando em conta as coordenadas: 20º37'42" N - 70º52'15" O). Isso é digno de nota porque os americanos jamais deixariam uma embarcação estrangeira - movida a vapor, ainda por cima! - chegar tão perto de seu território em plena Segunda Guerra Mundial...
Espero ter ajudado a colega. Quem tiver mais curiosidades sobre o contexto histórico de "O Tesouro de Rackham, o Terrível", entre em contato.
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