AS AVENTURAS DE TINTIM 2
Tudo o que sabemos sobre a possível sequência de Tintim
TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID
Confira o bate-papo com o saudoso dublador do Capitão Haddock
TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA
Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais
TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM
Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!
18 novembro, 2021
Clube de Leitura Tintinófilo - Vol. 04: Os Charutos do Faraó
25 setembro, 2021
Fatos em fotos: Jacques Martin, 100 anos de um mestre da linha clara
Jacques Martin foi um desenhista e roteirista de quadrinhos francês nascido em 25 de Setembro de 1921. Além de colaborar com os Studios Hergé por 19 anos, ganhou fama internacional com suas séries de quadrinhos Alix e Le Franc.
Sua história com a BD (bande dessinée) começou em 1942. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, Martin viajou para a Bélgica em busca de um editor. Foi nessa época que conheceu Hergé e criou "Alix", sua principal obra, que estreou na revista Tintin. A série narra as aventuras de um jovem gaulês no Egito, adotado por um romano nos tempos de Júlio César. Foi traduzida para cerca de 15 línguas e já teve mais de 12 milhões de álbuns vendidos.
O interessante nessa história é que Hergé, pelo menos no começo, não gostou tanto do trabalho do colega: "Você tem muito progresso a fazer", teria dito ao jovem artista. Mas, em fevereiro 1954, Martin acabou entrando para o time dos Studios Hergé, sendo responsável por redesenhar o álbum “O Vale das Cobras” da série “Jo, Zette et Jocko”, iniciado antes da guerra. Isso abriu portas para uma colaboração intensa nos álbuns de Tintim, como "Tintim no Tibete" e "Perdidos no Mar", e criado algumas cenas cômicas em diversas aventuras do repórter.
Além de Hergé, Martin trabalhou ao lado de Edgar P. Jacobs, Bob de Moor e Willy Vandersteen. Juntos, eles são considerados os cinco grandes mestres da Linha Clara.
Depois de Alix, que teve dezenas de volumes mas só 19 desenhados por ele, Martin também criou Guy Lefranc, um jornalista aventureiro que teve sua primeira história publicada em 1954, também na revista Tintin. Martin não tinha a intenção de transformar "Lefranc" em série, tanto que desenhou apenas 3 edições. Mas, o sucesso do personagem motivou o editor a encomendar novos volumes, então ele seguiu como roteirista por alguns números.
Apaixonado por História, Jacques Martin registrou diversas épocas com cuidado e precisão ao longo de suas criações: a Antiguidade Clássica com Alix, Kéos e Orion; a Idade Média, com Jhen, o "Século das Luzes", em Loïs, a Era Napoleónica em Arno, e finalmente seus próprios dias, com Lefranc.
Jacques Martin foi bastante premiado ao longo da carreira. Ele se dedicou por muito tempo aos roteiros, em especial quando passou a ter problemas na visão, chegando à quase cegueira. O quadrinista escreveu sozinho os roteiros de Alix até 2005 e com outros autores até 2009.
Diferente de Hergé, ele queria que sua obra continuasse, e deixou alguns aprendizes e sucessores, garantindo a publicação da obra por outras mãos tão talentosas quanto.
Jacques Martin faleceu em 2010, aos 88 anos de idade, deixando cerca de 120 álbuns publicados.
01 setembro, 2021
Clube do Livro Tintinófilo - Volume 3: Tintim na América
- Especial do Tintim por Tintim sobre o álbum "Tintim na América"
- Artigo sobre o contexto histórico dos EUA e as influências de Hergé
- Tintim na América: comparativo entre os álbuns em quadrinhos e a adaptação para a TV
- Especial com todas as aparições de Hergé na série da Nelvana
- Sobre as novas edições em cores
27 agosto, 2021
Asterix enfrenta o Coronavírus em álbum inédito lançado pela Record
A Editora Record surpreendeu os fãs brasileiros de quadrinhos europeus com o lançamento inédito de um álbum de Asterix, após cinco anos sem publicações no Brasil.
Asterix e a Transitálica é o 37° número da coleção protagonizada pelos irredutíveis gauleses, que já venderam mais de 355 milhões de exemplares pelo mundo. O álbum é assinado pelos talentosos Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, responsáveis pelas histórias dos gauleses desde o número 35, "Asterix entre os Pictos".
O volume que está sendo lançado agora chamou a atenção do público BDéfilo no início da pandemia, quando bombaram posts nas redes sobre um personagem com nome bem peculiar: Coronavírus. Vale destacar, porém, que o nome não tem nada a ver com a covid-19, já que a a aventura foi publicada originalmente em 2017.
Em contato com a editora, apurei que um novo volume já está confirmado para 2022. Os álbuns lançados até o momento também estão disponíveis para a venda. Então, pode se animar para concluir ou começar sua coleção!
Sinopse: Apesar do que Obelix possa pensar, os itálicos, habitantes de Itália, não são todos romanos, pelo contrário! Assim como os irredutíveis gauleses, os itálicos pretendem preservar a sua autonomia e veem com maus olhos as veleidades de conquista de Júlio César e das suas legiões. Para acalmar os ânimos, César decide promover uma corrida de bigas com representantes de todo o Império. Mas, como não podia deixar de ser, o monarca quer que um romano vença. É uma tarefa fácil para quem tem o senado no bolso. Com a ajuda de um senador inescrupulos, César tenta forçar a vitória do corredor mascarado, Coronavírus Mas nossos heróis têm outras ideias. Famosos pelas suas numerosas viagens através do Mundo Conhecido, Asterix e Obelix embarcam, desta vez, em uma aventura emocionante à descoberta de uma Itália surpreendente e antiga!
04 julho, 2021
Clube do Livro Tintinófilo - Vol. 2: Tintim no Congo
A segunda edição do Clube do Livro Tintinófilo, já está no ar! Depois do bate papo sobre Tintim no País dos Sovietes, o grupo que compõe o primeiro clube virtual de leitura de álbuns de Hergé se reuniu para falar sobre "Tintim no Congo".
O encontro aconteceu no dia 20 de junho de 2021, e contou com a presença do tradutor e tintinólogo Pedro Bouça, que deu uma aula sobre a História do Congo. Recebemos também a convidada Mariana Pacheco, que escreveu uma tese de mestrado sobre os três primeiros álbuns de Tintim em preto-e-branco, e contribuiu muito com a discussão, ao lado de diversos tintinófilos.
No dia 18 de julho, nos reuniremos novamente, desta vez para discutir sobre o terceiro álbum de Hergé, que finalmente realizou o desejo do cartunista de levar seu herói aos EUA. Então, comece a ler (e assistir!) "Tintim na América" e prepare-se para embarcar nesta aventura com a gente!
01 junho, 2021
Clube do Livro Tintinófilo - Vol. 1: Tintim no País dos Sovietes
Em junho, nos reuniremos novamente, desta vez para discutir sobre o polêmico segundo álbum de Hergé, "Tintim no Congo". Vá se preparando!
27 maio, 2021
Entrevista com Nick Rodwell revela outra face do chefão da Moulinsart
Nick Rodwell sabe que é odiado por alguns jornalistas e que há um cheiro de hostilidade em relação a ele no ar. Pronto para enviar seus advogados ao front quando a imagem de Tintim está sujeita a ser arranhada, o chefe da Moulinsart atraiu a ira de todo o planeta, que viu, em suas ações, apenas uma abordagem mercantil, brutal, propensa a distanciar as crianças da magnífica, única e sublime obra de Georges Remi, ou Hergé.
Um pouco do passado
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Alain Baran, então secretário de Hergé, e Fanny, viúva do artista |
Polêmicas do presente
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Uma das artes de Xavier Marabout inspiradas no estilo de Edwar Hopper. Artista venceu processo movido pela Moulinsart S.A. |
O que esperar do futuro
16 janeiro, 2021
Nick Rodwell anuncia livro em resposta às críticas sobre seu trabalho à frente da Moulinsart
Todo mundo que conhece um pouco mais sobre os bastidores de Tintim já deve ter escutado este nome. Nick Rodwell é o administrador da Moulinsart S.A., antiga Fundação Hergé, empresa que gere os direitos da obra do artista belga desde 1987. Casado com a viúva e legatária universal de Hergé, Fanny Vlamynck, o empresário britânico geralmente aparece nos noticiários quando o assunto envolve alguma polêmica, como a proibição de paródias ou a caça a qualquer trabalho (com ou sem fins comerciais) que traga alguma referência retirada dos originais do autor belga.
Agora com 68 anos, Rodwell ressurge na mídia para anunciar o lançamento de um livro sobre sua história no comando da gestão dos direitos de Hergé. Em entrevista à revista Paris Match, o diretor da Moulinsart revelou o título do livro: "Trust but verify" ("Confie, mas verifique"), em inglês mesmo (dizem as más línguas que seu francês ainda é ruim). Ele pretende contar a verdade por trás das polêmicas envolvendo seu nome e assim responder a todos aqueles que o criticam. O artigo revela que continua fora dos planos do empresário lançar um novo Tintim, pelo contrário, no livro, ele vai "contar como fazemos um herói viver durante décadas sem a menor novidade".
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Na foto, Nick Rodwell aparece ao lado da filha de Zhang Chongren, amigo de Hergé que inspirou a criação do personagem Tchang. Paris Match, 14/01/2021. |
No final do ano passado, Fanny Rodwell, que tem 86 anos, foi diagnosticada com Mal de Alzheimer. Com isso, anunciou sua aposentadoria e renunciou ao posto de presidente do conselho da Moulinsart, passando todo o comando para o marido a partir de 18 de setembro de 2020. A diferença já começou a ser percebida em outubro, quando evidentemente houve uma mudança no comando das mídias sociais da marca Tintin, que deixou de seguir qualquer perfil nas redes e passou a ter mais atividade no site oficial, tintin.com.
Um pouco de História
O empresário britânico foi proprietário da primeira Tintin Shop do Reino Unido, e casou-se com a sra. Fanny dez anos após a morte de Hergé, em 1993. Convencido de que Tintim era o equivalente ao "Rolls Royce dos quadrinhos", Rodwell sempre declarou que seu único interesse seria "promover e proteger" o legado de Hergé. Assim, eliminou o excesso de licenciamentos, que na gestão de Alain Baran (secretário do então Studios Hergé, considerado um filho adotivo do artista) fez Tintim estampar brinquedos, roupas e produtos alimentícios, para reorientar o uso da imagem do repórter como algo mais artístico, elevando a obra ao nível de marca de grife... inclusive nos preços.
Foi Rodwell, por exemplo, quem tornou real o desejo de sua esposa de inaugurar um museu totalmente dedicado a Hergé, em 2007. Também foi ele quem retomou o contato com Steven Spielberg por volta dos anos 2000, para finalmente renovar os direitos de adaptação para o cinema - e o empresário promete contar detalhes sobre os bastidores dessas negociações em seu livro. Aliás, vale mencionar que Rodwell não teria feito nenhuma grande exigência para a versão hollywoodiana de Tintim, mas deu liberdade total a Spielberg, como o próprio cineasta deixou claro em 2011: "eles não nos forçaram a fazer uma adaptação literal".
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Fanny Rodwel, viúva de Hergé, e seu marido Nick, atual CEO da Moulinsart S.A. |
Ao longo dos anos, Rodwell teve alguns embates com artistas, escritores, lojas, museus e jornalistas que criticaram seu método de trabalho. Houve um desgaste até mesmo a Casterman, editora de Tintim há quase 90 anos. Em 1997, durante o Festival de Angoulême, um grupo de tintinólogos, incluindo o comediante Albert Algoud, o crítico de arte Pierre Sterckx e o biógrafo Benoît Peeters, denunciaram publicamente o que chamaram de "abuso de poder". Foi o bastante para entrarem na "lista negra" da Moulinsart, sendo impedidos de acessar os arquivos de Hergé e até de grandes exposições.
Em 2009, o britânico abriu um blog no site oficial de Tintin, com o único propósito de se defender de seus críticos. Mas, foram tantos insultos e ofensas pessoais que a própria Moulinsart o aconselhou a excluir o blog, o que fez com que ele rompesse com parte da imprensa e passasse anos sem dar uma entrevista. Na ocasião do encerramento do blog, meses depois, foi prometido um livro com a mesma temática: a defesa de Nick Rodwell contra seus detratores. Embora o clima ruim tenha amenizado por um tempo, em 2020 ele voltou a o usar o site para se defender, mais uma vez fazendo ataques pessoais, agora ao biógrafo Pierre Assouline, que havia feito duras críticas à sua gestão.
Sobre ser visto como "inimigo público", Rodwell se defende: "A maior parte desse tipo de conversa é vil. Claro que me toca. Ninguém gosta de ser criticado. Aprendi a levar isso muito filosoficamente. Eu ignoro esses ataques. Caso contrário, ainda valeria a pena acordar de manhã? Assim que somos ativos e conquistamos coisas, somos criticados! É inevitável. O importante é o trabalho do Hergé, não eu!"
Nick, como é chamado pelos mais próximos, conta que decidiu "tirar um ano sabático para se dedicar a este projeto". O livro, que está sendo escrito desde 2009, tem lançamento previsto para 2022.
Links recomendados:
Telerama: L'héritage Hergé, c'est Tintin dans le lac aux requins - longa matéria de 2011 sobre as polêmicas envolvendo jornalistas, escritores e tintinólogos ao longo de décadas. A arte que ilustra o início do artigo vem desta matéria.
BD Paradiso: Contrôle de l'oeuvre ou abus de pouvoir? - página de arquivos da conferência de 1997, abordando o que foi chamado de "abuso de poder" sobre a obra de Hergé.
ActuaBD: Nick Rodwell : « Spielberg m’a dit droit dans les yeux : je veux le faire ce film » - uma entrevista com Nick Rodwell na época do lançamento do filme de 2011.
ActuaBD: Moulinsart ferme le blog de Nick Rodwell -em 2000, a Moulinsart anuncia fim do "Nick's blog" e projeto de livro.
Wikipedia: Nick Rodwell - verbete em francês sobre a trajetória do empresário