AS AVENTURAS DE TINTIM 2

Tudo o que sabemos sobre a possível sequência de Tintim

TPT ENTREVISTA ISAAC BARDAVID

Confira o bate-papo com o saudoso dublador do Capitão Haddock

TPT ENTREVISTA O PRIMEIRO TINTIM DO CINEMA

Jean-Pierre Talbot falou tudo sobre os dois filmes de Tintim com atores reais

TPT ENTREVISTA O DUBLADOR DE TINTIM

Oberdan Jr conversou com o blog em vídeo de duas partes. Confira!

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01 setembro, 2021

Clube do Livro Tintinófilo - Volume 3: Tintim na América


Na terceira edição do Clube do Livro Tintinófilo, o álbum da vez foi "Tintim na América", em que Tintim viaja para os Estados Unidos para lutar contra gangsters e defender os nativos norte-americanos. A aventura foi publicada originalmente a partir de 1931 no Le Petit Vingtième, e ganhou sua primeira edição em álbum em 1932.

Aqui debatemos sobre as inspirações do autor, o contexto histórico dos EUA nos anos 1930, as modificações sofridas pelo álbum em suas diferentes edições, além de um comparativo entre os quadrinhos e a adaptação para a TV, produzida pela Nelvana nos anos 1990.

Como bônus, conhecemos ainda alguns itens da coleção do tintinófilo brasileiro Manoel Marques. A edição está mesmo imperdível!

O encontro aconteceu em 18 de julho de 2021. A cada mês o clube se reúne, sempre para um bate-papo a respeito dos álbuns de Hergé, em ordem cronológica. Se você também é fã de Tintim, inscreva-se através de mensagem direta nas redes sociais do TPT e participe.


Links relacionados:

Bruno Rodrigues (organizador do clube)
Britto (fundador do TPT) no Twitter
TPT no Instagram
TPT no Facebook

E não perca a próxima edição (em duas partes): Os Charutos do Faraó!

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19 outubro, 2020

Tintim na América: edição inédita em cores ganha nova capa


A Moulinsart anunciou o lançamento de mais uma edição colorida de um álbum publicado em preto-e-branco por Hergé. Depois de Tintim no País dos Sovietes e Tintim no Congo, vem aí a versão em cores de "Tintim na América".

Mas Tintim na América não já foi publicado colorido? Já sim, porém aqui estamos falando da versão original do álbum, publicada semanalmente entre 1931 e 1932 no Le Petit Vingtième e logo depois republicada em álbum, em 1932. No Brasil, tivemos acesso a esta versão em uma edição caprichada lançada pela Globo Livros em 2018 (clique e saiba mais).

Atualização: Além de uma versão digital (7,99 euros) disponível para Android e iOS através do aplicativo oficial The Adventures of Tintin, a Moulinsart revelou que a partir do dia 1º de novembro o novo álbum ganhará também uma edição impressa, com capa dura e 124 páginas de quadrinhos. A versão em papel custará 17,99 euros (só a nível de comparação, o preço de um álbum da coleção regular gira em torno de 11 euros).

Especial Tintim na Améria: tudo sobre o episódio

O site oficial de Tintim anunciou uma série de novidades para marcar o lançamento. Uma delas é a revelação da nova capa, que retrata Tintim em uma das cenas de ação da aventura. Confira:

No álbum, Tintim e Milu viajam aos EUA para fazer uma reportagem em Chicago, mas acabam na mira dos crime organizado, liderado pelo gangster Al Capone. A perseguição leva Tintim a cruzar o território norte-americano, passando pelo Velho Oeste, onde encontra os "pele-vermelha" e os cowboys num tempo de Lei Seca, em uma trama que envolve a exploração do petróleo nas terras nativas.

Recentemente, o site oficial de Tintim divulgou um teaser com referência à aventura de Tintim nos Estados Unidos da América, levantando suspeitas sobre o lançamento desta nova edição. Agora, a página confirma o relançamento da obra remasterizada e colorida a partir do original em versão kodachrome


Atualização: o site oficial da Moulinsart divulgou a prévia de quatro capas colorizadas. O estilo mantém as cores vivas sobre fundos com tom pastel dos dois primeiros álbuns. Clique para ampliá-las.

Veja também os especiais:
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25 outubro, 2016

Resultado: Concurso Cultural "Eu Mereço um Tintim Original"

O TPT, em parceria com a Globo Livros, realizou um concurso cultural que vai premiar três leitores, cada um com um álbum inédito de Tintim. Réplicas das publicações originais de Hergé, em preto-e-branco, os livros serão enviados para os participantes que acertaram mais respostas primeiro no Quiz. Confira o resultado a seguir e, mais abaixo, as respostas às perguntas do concurso.


Os ganhadores do concurso cultural "Eu mereço um Tintim original são:

Vitoria Medeiros Titton
Porto Alegre, RS

Natalia Marques Abramides
Bauru, SP

Veronica Andrade
Salvador, BA

Parabéns aos ganhadores! Os livros serão enviados pela Editora Globo no endereço que deve ser enviado através do e-mail contato@tintimportintim.com ou via mensagem direta nos perfis do TPT nas redes sociais.

Curta o Facebook, siga Twitter e o Instagram do Tintim por Tintim.

Veja agora as respostas a todas as perguntas do Quiz:

1. A capa do fac-símile de "Tintim na América", lançado no Brasil pela Globo Livros, é uma reprodução da versão do álbum de qual ano?
a) 1932
b) 1937
c) 1945
d) 1970

:: Apesar de ser uma reprodução da história publicada em 1932, o álbum replica a capa da edição lançada em 1937. Esta versão trouxe pela primeira vez as quatro artes coloridas de Hergé para a aventura, que também estão na versão da Globo Livros. Além dessas, "Tintim na América" teve pelo menos mais duas capas diferentes.

2. Qual foi a primeira aventura de Tintim a ser publicada em cores?
a) Tintim no Congo
b) Tintim na América
c) Os Charutos do Faraó
d) O Lótus Azul

:: "Tintim na América" começou a ser publicado em cores na revista "O Papagaio", de Portugal, em 1936. Nem mesmo Hergé havia publicado uma aventura colorida antes da façanha lusitana. Veja a primeira página e saiba mais no especial dedicado ao álbum, publicado aqui.

3. Qual desses nomes pertence a apenas um personagem dos álbuns de Tintim?
a) Gibbons
b) Nestor
c) Miller
d) Tom

:: Há dois Gibbons nas aventuras de Tintim, em "Tintim no Congo" e "O Lótus Azul";
:: Além do mordomo de Moulinsart, há um certo Nestor Halambique que aparece em "O Cetro de Ottokar";
:: Tom é um nome bem frequente nos álbuns de Tintim. Entre os mais relevantes, podemos citar um dos vilões de "Tintim no Congo" (veja aqui), um criminoso em "Tintim na América" e um dos capangas de Allan Thompson em "O Caranguejo das Pinças de Ouro" e em "Os Charutos do Faraó".
:: Sendo assim, Miller - não Müller, como o doutor da Ilha Negra - é o único dos personagens mencionados que não divide seu nome com outro. Ele é um vilão em "Rumo à Lua" e "Explorando a Lua".

4. A aula de geografia da versão original de "Tintim no Congo" foi substituída por uma aula de qual matéria na revisão do álbum?
a) História
b) Matemática
c) Francês
d) Artes

:: A polêmica aula de geografia foi substituída por uma aula de matemática, onde Tintim tenta colocar na cabeça dos pequenos congoleses que dois mais dois são quarto. Mais detalhes no especial sobre o álbum, publicado aqui.


5. Qual foi o primeiro álbum a ser traduzido para outro idioma?
a) No País dos Sovietes
b) Tintim no Congo
c) Tintim na América
d) Os Charutos do Faraó

:: A revista portuguesa "O Papagaio" foi pioneira em levar Tintim para um idioma não francófono. "Tim-Tim na América do Norte" foi o título dado à primeira aventura traduzida por Adolfo Simões Müller, inicialmente sem conhecimento de Hergé. O criador de Tintim não teria gostado de algumas modificações na HQ, como a adaptação do nome do repórter. Será que ele gostou do nome de Milu, que passou a se chamar Rom-Rom?

6. Quais personagens de Hergé aparecem no quadrinho inicial da primeira versão de "Tintim no Congo"?
a) Dupond e Dupont
b) Quick e Flupke
c) Jo, Zette e Jocko
d) Popol e Virginie

:: Quick e Flupke são os únicos personagens conhecidos de Hergé a fazer uma aparição no primeiro quadrinho da versão original de "Tintim no Congo". Na versão colorida, além da dupla de pestinhas de Bruxelas, aparecem também os detetives Dupond e Dupont.


7. O vilão Rastapopoulos nunca cometeu um desses crimes, pelo menos em um álbum de Tintim. Qual?
a) Falsidade ideológica
b) Sequestro
c) Falsificação de dinheiro
d) Tráfico de drogas

:: Rastapopoulos troca de identidade em "Perdidos no Mar" (e, teoricamente, em "Tintim e a Alfa-Arte"), sequestra o milionário Laszlo Carreidas em "Voo 714 para Sydney" e é um dos chefes do tráfico em "O Lótus Azul", só para citar alguns crimes do vilão. Mas, pelo menos de falsificação de dinheiro ninguém pode culpá-lo, até que se prove o contrário. Confira a ficha criminal do personagem aqui.

8. Qual foi o primeiro álbum de Tintim publicado pela Casterman?
a) O Lótus Azul
b) Os Charutos do Faraó
c) O Ídolo Roubado
d) O Cetro de Ottokar

:: Diferente dos primeiros álbuns, que foram publicados pelas Éditions du Petit Vingtième, "Os Charutos do Faraó" marcou o início da parceria de Hergé com a Casterman, editora que detém os direitos de publicação dos álbuns até hoje.

9. Qual personagem estreou na versão original de "Os Charutos do Faraó"?
a) Allan Thompson
b) Capitão Haddock
c) Oliveira da Figueira
d) Omar Ben Salaad

:: Allan Thompson estreou em "O Caranguejo das Tenazes de Ouro", mesmo álbum que apresentou o Capitão Haddock e Omar Ben Salaad. O mercenário só foi inserido na versão revisada de "Os Charutos do Faraó". Oliveira da Figueira apareceu no álbum como um vendedor de quinquilharias desde a primeira versão.

10. Qual o álbum mais vendido de Tintim de todos os tempos?
a) Tintim no Congo
b) Tintim na América
c) O Segredo do Licorne
d) Explorando a Lua

:: Por mais incrível que possa parecer, "Tintim na América" é o álbum de Tintim mais vendido, seguido por "Tintim no Congo" e "Explorando a Lua". A informação é do site oficial de Tintim

Mais, uma vez, parabéns aos ganhadores. Vocês merecem um Tintim original!

Se pra você ainda não foi dessa vez, não desanime. Em breve tem mais concursos no Tintim por Tintim!
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17 março, 2015

Agora "Tintim na América" é acusado de racismo

Depois da longa novela envolvendo "Tintim no Congo", outro álbum de Hergé se torna alvo de polêmica. Desta vez, é a terceira aventura do repórter belga, "Tintim na América", sofre acusações de racismo. Publicado em 1932, o álbum retrata a viagem de Tintim aos Estados Unidos, onde ele interage com cowboys e índios norte-americanos. É justamente o segundo grupo que tem sido visto como alvo de discriminação racial.


Moradores de Winnipeg solicitaram a uma livraria local a retirada do álbum das prateleiras, considerando pejorativa a visão dos povos nativos, que são chamados de "peles-vermelhas". A livraria Chapter's retirou temporariamente o título do alcance do público, antes de colocá-lo novamente à venda. Segundo o RTBF, eles explicaram que um livro é removido "se incitar à violência, se contém pedofilia ou instruções sobre a fabricação de armas".

"Eu acho que isso alimenta estereótipos", declarou Leslie Spillett. "Os índios são retratados como criaturas selvagens e perigosas, seres que devemos temer... E o pequeno Tintim está ali, indefeso", continuou a advogada, que fez da defesa dos índios americanos a luta de uma vida, ao Le Figaro.


Para Benoît Peeters, biógrafo de Hergé e estudioso de Tintim, esta "é uma acusação grotesca". O escritor pede que lembremos do contexto, e ressalta que Tintim também aparece a favor dos índios no álbum, quando luta contra os exploradores de petróleo. "Esse tipo de acusação me entristece", continua.

Quando questionado sobre o motivo da "perseguição" a Tintim, Peeters responde: "Porque ele é conhecido, e porque não deixa de ser editado e republicado. Porque Spielberg o adaptou ontem, e ele certamente será adaptado amanhã. É tão fácil procurar defeitos nos outros ... mas isso não resolve em nada o verdadeiro problema que é o racismo."

Quer saber mais sobre Tintim na América, o contexto histórico e as alterações que a censura norte-americana impuseram a Hergé? Clique aqui e confira o especial completo do TPT.
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25 setembro, 2010

Tintim na América chega à TV

Em 1991, a Fundação Hergé (hoje Moulinsart) lançou, em parceria como os estúdios Nelvana (Canadá) e Ellipse (França), uma série de TV baseada na obra de Hergé. Dirigido por Stephen Bernasconi e Peter Hudecki, o desenho animado retratou quase todos os álbuns do jovem repórter, exceto "Tintim no País dos Sovietes", "Tintim no Congo" e o inacabado "Tintim e a Alfa-Arte". Já que as duas primeiras aventuras foram excluídas, o mais lógico a se fazer seria começar pela terceira, Tintim na América, correto? Mas não foi assim. Ninguém sabe os motivos ao certo, mas a viagem de Tintim aos Estados Unidos demorou a chegar à telinha, e só virou animação no último episódio da série, em 1992.


Assim como aconteceu com os demais, o episódio "Tintim na América" sofreu alterações em relação ao álbum. O motivo, no caso dos anteriores, era a adaptação do conteúdo a um público jovem mais moderno, já que a série de álbuns havia sido criada décadas antes. Contudo, as modificações neste episódio foram maiores do que em qualquer outro. Enquanto a maioria das histórias ocuparam episódios de duas partes, o enredo "Tintim na América" foi encolhido para um filme de cerca de 20 minutos. Para isso, é claro, muito material foi suprimido, e o que sobrou, alterado.

Compare algumas diferenças entre o livro e o desenho. Mas cuidado: pode conter spoilers.

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15 setembro, 2010

Tintim na América e a realidade dos EUA

Encontrar um editor para publicar Tintim na América nos Estados Unidos foi uma tarefa difícil. Em plenos anos 30, após ter saído de uma grande guerra e prestes a entrar em outra, quem seria tolo de fazer propaganda contra seu próprio país? As situações apresentadas por Hergé em seu novo álbum tinham uma certa dose de exagero, como todo cartum, mas eram um retrato da realidade norte-americana na época. O país estava mesmo dominado pelos bandidos, e tanto negros como índios eram oprimidos pelo desenvolvimento da nação do Tio Sam.


Foi só em meados dos anos 1940 que Hergé conseguiu editores interessados em publicar esta aventura nos EUA, mas para isso teria de seguir algumas imposições. Hergé não aceitou. Em 1973, porém, os americanos voltaram a mostrar interesse pela publicação da obra, convencendo o criador de Tintim a fazer pequenas modificações para que o álbum finalmente brilhasse em terras estadunidenses. O principal alvo dos americanos foi a situação dos negros. Os três únicos personagens "de cor" presentes na HQ possuíam aparência estereotipada, assim como em "Tintim no Congo". Para amenizar a situação, o cartunista redesenhou os personagens, resultando nas alterações que podem ser vistas abaixo:


A aparência do único gângster negro que aparece no segundo quadrinho da primeira página foi transformada numa versão menos caricata. O personagem deixou de ter traços tão fortes como os dos personagens de "Tintim no Congo" para ganhar um visual mais "humano", semelhante ao encontrado nos personagens negros do álbum "Perdidos no Mar", que viria alguns anos depois.


Na cena do desenvolvimento instantâneo da reserva indígena, que em 24 horas se transformou numa metrópole, um negro aparecia na portaria de um banco. O funcionário, que aparece no penúltimo quadrinho da página 29, perdeu o emprego para um homem branco, assim como os americanos queriam.


Na página 47, a versão original mostrava Tintim encontrando um bebê chorando no colo de uma mulher negra. Com as alterações no álbum, tanto a babá como o bebê tiveram a cor de pele alterada. Isso sem falar no choro da criança, que curiosamente também mudou.

Realidade x Ficção

Mesmo sofrendo essas pequenas adaptações, a publiação do álbum nos EUA, em 1973, não impediu que outros assuntos relacionados à realidade norte-americana na década de 1930 continuassem em evidência. A aventura se passa durante a Grande Depressão, período em que o país teve uma grande crise econômica, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Mas a guerra de gangs, um dos maiores problemas na época, foi o tema principal da história. Para dar um teor mais realístico à aventura, Hergé fez algo que jamais reperitia: incluiu um personagem do mundo real, Al Capone. Quando Tintm o captura e tenta avisar um policial, acaba sendo preso no lugar do gângster. Isso acontece porque Hergé evitou mostrar o personagem sendo derrotado em definitivo, já que o verdadeiro ainda estava vivo na época da publicação.


O mesmo cuidado, porém, não foi tomado em relação ao clima de faroeste que a aventura apresenta. Hergé mostrou o Oeste americano dos anos 30 com as mesmas características do Velho Oeste presente nos filmes western. Só que o período conhecido como "Wild West" já havia passado, pois na realidade se estendera de meados do século XIX até as duas primeiras décadas do século XX. Neste caso, Hergé foi movido apenas pelo desejo de criar uma aventura semelhante às que assistia no cinema.


Outra faceta da realidade americana vista no álbum é o linchamento, morte normalmente realizada por meio de enforcamento. A prática, apoiada pela lei de Lynch, era comum nos Estados Unidos desde o final do século XVIII até meados da década de 1960. Embora fosse mais comum o linchamento de afro-americanos, o álbum apresenta o repórter belga sendo vítima de um grupo de cowboys, mas claro, vencendo pela sorte.

Observação: Este não foi o primeiro álbum do personagem a ser publicado nos Estados Unidos. Segundo o estudioso de Tintim Chris Owens, o repórter fez sua estreia na América do Norte em 1959, através da publicação de quatro volumes pela Golden Publishing: "O Cetro de Ottokar", "O Caranguejo das Tenazes de Ouro", "O Segredo do Licorne" e "O Tesouro de Rackham, o Terrível". Infelizmente, foram vendidos apenas 10 mil volumes de cada episódio, e o personagem só veio a ganhar certa popularidade no país através da série de TV da Nelvana. A propósito, este será um dos assuntos da próxima parte...
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06 setembro, 2010

Tintim na América


Tintim na América foi o terceiro álbum concebido por Hergé para a série "As Aventuras de Tintim". Assim como os episódios anteriores, a história foi publicada semanalmente no jornalzinho Le Petit Vingtième, de 3 de setembro de 1931 a 20 de outubro de 1932. Pode-se dizer que esta é uma continuação "indireta" da aventura de Tintim no Congo, pois tem ligação com personagens e elementos do álbum anterior. Caracterizado por situações absurdas e inesperadas, este é o álbum que mais evidencia a sorte do personagem principal...

Vale conferir: Especial Tintim no Congo

Sinopse

1931. Depois de enfrentar um bando de gângsters no Congo, Tintim é enviado para Chicago, EUA, para livrar a cidade dos criminosos. Como um "repórter-mirim" fará isso, ninguém sabe, mas conhecendo sua fama internacional, os bandidos começam a se preocupar. A mando de Al Capone, "o rei dos bandidos", o jovem repórter é sequestrado assim que chega ao país mas, desde já, sua sorte começa a agir.


Assim que escapa dos comparsas de Al Capone, Tintim cai numa armadilha de Bobby Smiles, líder do Sindicato dos Gângsters de Chicago. Como não aceita a proposta de se juntar ao grupo para vencer o "rei dos bandidos", o repórter acaba ganhando mais inimigos, e sofre novas tentativas de assassinato. Quando ajuda a polícia a prender um grupo de bandidos, Tintim deixa Smiles escapar. Assim começa uma perseguição que leva o personagem a outro cenário: o velho-oeste americano.


Em RedDog City, Tintim adota um estilo cowboy, pois suas roupas são estranhas demais para os habitantes locais. No território dos peles-vermelhas, o repórter é sequestrado pela tribo dos Pés-Negros, graças a um plano de Bobby Smiles. Depois de causar uma confusão e conseguir escapar dos nativos, Tintim acidentalmente descobre um poço de petróleo, o que atrai a atenção imediata de uma multidão de investidores, gerando um desenvolvimento instantâneo do local. Depois de enfrentar alguns perigos, Tintim finalmente manda Smiles para a cadeia, mas seus problemas estão longe de terminar...


Quando descobre que Milu foi sequestrado, Tintim conhece um detetive pra lá de atrapalhado, que investiga o caso. Mais tarde, é preso injustamente e enfrenta outros vilões perigosos, que fazem de tudo para acabar com sua vida. Apesar de derrotar a todos eles, Tintim não aparece vencendo o maior de todos, Al Capone. Mesmo assim, ao final da aventura, é aclamado por uma multidão nas ruas de Chicago.

Histórico


A aventura de Tintim no Congo já sugeria que o personagem estava pronto para invadir o território americano. O objetivo original de Hergé era escrever um relato sobre a opressão dos índios nos EUA, assunto que sempre o havia fascinado. Ele queria mostrar os cenários de filmes de faroeste, os desertos e pradarias da América do Norte, bem como os cowboys e índios peles-vermelhas. Mas a ideia não agradava tanto ao abade Norbert Wallez, que havia imaginado uma história sobre o sindicato do crime em Chicago, na intenção de ilustrar o quão corrupto os Estados Unidos realmente eram (vale lembrar que  abade era direitista). Dessa forma, Hergé decidiu apresentar em sua aventura outras características da América, como as indústrias modernas, as grandes cidades e, é claro, dos mafiosos.

Assim como acontecera na concepção de "Tintim no País dos Sovietes" e "Tintim no Congo", as fontes de Hergé eram muito limitadas, sem contar que, àquela altura, ele ainda não havia saído da Bélgica. Dessa forma, suas únicas inspirações foram os livros "Scènes de la vie Future" (Cenas da vida Futura), de Georges Duhamel, "L'Histoire des Peaux-Rouges" (A História dos Peles-Vermelhas), de Paul Coze e uma edição especial da revista "Le Crapouillot", falando sobre os Estados Unidos da América.

Hergé começa o álbum seguindo as orientações de Wallez, mas, na tentativa de pôr seus objetivos iniciais em prática, providencia um jeito de levar o repórter para o velho oeste. A cidade, que na edição original se chamava "Redskincity" (Cidade Pele Vermelha, em tradução literal), fica  perto de um acampamento indígena, onde o cartunista aproveita para desenvolver algumas de suas ideias. No entanto, a fim de evitar problemas com Wallez, editor do jornal, Hergé usa os índios para expor a corrupção dos norte-americanos. Faz isso em cenas que mostram os 'brancos' explorando as terras dos nativos, quando descobrem que são uma rica fonte de petróleo.


Outros temas relacionados à realidade americana da época também são retratados no álbum, mas de maneira um tanto superficial. Servem como exemplo o fracasso da Lei Seca (ilustrado por um delegado beberrão), a guerra de gangues (enfatizada pela rivalidade entre os grupos de Al Capone e Bobby Smiles) e a discriminação aos negros (que aparecem sempre como subordinados).

Publicação

Tintim na América foi publicado no Le Petit Vingtième de 3 de setembro de 1931 a 20 de outubro de 1932, duas páginas por semana. Em 1932, foi publicado pela primeira vez como álbum, em preto-e-branco, pelas Éditions du Petit Vingtième. Em 1941 começou a primeira atualização do álbum, inicialmente com a finalidade de publicação em um jornal holandês, Het laatste Nieuws. Mas a primeira edição colorida só saiu em 1945, quando Hergé redesenhou a história, assim como havia feito com o álbum anterior, alterando o número de páginas para 62, o padrão de seus livros. A publicação saiu pela editora francesa Casterman.

Como no caso de Tintim no Congo, a versão a cores do foi beneficiada pelos progressos que a prática e a experiência já haviam dado a Hergé. Na nova versão, publicada em 1946, foram feitas várias melhorias na linguagem visual, que tornaram a leitura mais fluente e compreensível. Desta aventura em diante, o domínio da arte que o cartunista alcançou fazia as imagens falam por si mismas, sem depender tanto do texto.

O primeiro país a traduzir o álbum para outra língua foi Portugal - que aliás foi o primeiro a publicar uma obra de Hergé fora do eixo franco-belga. Em 16 de abril de 1936, a revista infantil "O Papagaio" começou a publicação da história, com o título "As Aventuras de Tim-Tim na América do Norte". Com essa empreitada, Portugal entrou para a história como o primeiro país a publicar uma aventura de Tintim traduzida e a cores. Clique na imagem abaixo e veja a primeira página: 



Um dos países que mais resistiu à publicação da aventura foram os Estados Unidos. Encontrar um editor para  o álbum na terra em que ele era ambientado foi uma tarefa praticamente impossível. Na próxima parte, descubra as modificações que Hergé teve de fazer para conseguir enviar Tintim para a verdadeira América...

Veja também outros especiais:
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16 julho, 2008

Três novos álbuns pela Cia das Letras

Chegam esta semana às livrarias mais três álbuns de Tintim, pela Cia. das Letras: As Jóias da Castafiore, Tintim da América e Tintim no Congo. Todos são no formato 22 x 29,5 cm, têm 64 páginas e custam R$ 34,50.


Em As Jóias da Castafiore, a cantora de ópera Bianca Castafiore vai visitar o capitão Haddock em seu castelo, em Moulinsart. E leva suas valiosas jóias, que - é claro - causarão muita encrenca para Tintim e seus amigos.
Tintim na América mostra o intrépido repórter, na companhia de seu cãozinho Milu, desembarcando nos Estados Unidos, para enfrentar as quadrilhas de gângsteres que dominam o país. E Tintim vai topar simplesmente com os homens de Al Capone.


E Tintim no Congo se passa no antigo Congo Belga, na África, para onde Tintim viaja a fim de fazer uma série de reportagens. Tintim e Milu enfrentarão leões, elefantes, rinocerontes, leopardos, cobras gigantes e um perigoso bandido.

Este ano, em maio, a Cia. das Letras já lançou dois outros álbuns de Tintim: Perdidos no Mar e Tintim no Tibete.
Se continuar nesse ritmo, a editora pode fechar esta belíssima coleção ainda em 2008, pois faltam apenas quatro álbuns para serem publicados: Vôo 714 para Sydney, Tintim e os Pícaros, Tintim no País dos Sovietes e Tintim e A Alfa-Arte.

Com informações do site Universo HQ.
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