Hergé sempre foi conhecido pelo trabalho de pesquisa envolvido na concepção de seus álbuns. Ao longo dos anos, o criador das aventuras de Tintim compilou uma extensa variedade de imagens, fotos e artigos de publicações como a revista National Geographic. Tudo para dar veracidade ao visual e ao contexto das suas histórias.
Mas o que poucos talvez saibam é que Hergé também errou. Não foi um engano complexo, relacionado a alguma descoberta científica ou tecnológica. No caso que tratamos aqui, a falha foi em um assunto aparentemente muito simples, que talvez não deva ser atribuído ao desenhista, mas sim aos coloristas.
No álbum "As 7 Bolas de Cristal", as cores do arco-íris foram retratadas de forma incorreta. Enquanto a ordem de cores original é vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta (de fora para dentro), no desenho de Hergé aparece o inverso, como você vê na ilustração abaixo, que traz a versão correta de um arco-íris na parte superior.
Se você pensa que este foi o único erro de Hergé, engana-se. Ainda tem mais...
Meu pai do céu! Eu sou ilustrador há mais de 30 anos e jamais em preocupei com a ordem das cores do arco-iris nem em quais seriam... Isso porque - bem, isso na minha opinião, que fique bem claro - um arco íris no contexto desta hq é uma alegoria sem compromisso com a exatidão. Se o leitor olhar e reconhecer um arco-íris está lá o arco íris. Se fosse por exemplo, um arco iris na capa do álbum, que ficaria exposta parada na livraria, vá lá! A capa é imóvel, mas no quadrinho essa é uma passagem dinâmica da narrativa. Se leva segundos olhando o quadrinho e se passa logo em seguida pro seguinte. Nesse caso isso não pode ser chamado de erro, na minha opinião. Mas que o Hergé pode ter errado em suas pesquisas, considerando os meios de que dispunha na época com certeza em muita coisa errou, ninguém é perfeito.
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